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sábado, 16 de janeiro de 2010

"ONDE VOCÊ ESTARÁ NO DIA DE AMANHÃ?"


Pareceria que estamos nos dirigindo veloz e firmemente em direção a uma espantosa tragédia. Todos queremos deter o processo, mas não sabemos como. – Winston Churchill

A guerra da Coréia estava em andamento.
Marguerite Higgens, correspondente de guerra, descrevendo os lances do terrível conflito, ao relatar a participação da Quinta Companhia de Fuzileiros, que com os seus 18 mil homens se preparava para mais um violento combate, registrou:
"Fazia muito frio e o termômetro marcava muitos graus abaixo de zero, naquela manhã, quando os jornalistas se reuniram aos soldados, em descanso ao ar livre. Cansados, semi congelados, encostaram-se nos caminhões enlameados, comendo em latas. Um fuzileiro comia feijão frio com a faca e suas roupas estavam endurecidas como se fossem madeira. O rosto, coberto com uma barba espessa, estava cheio de lama. Um correspondente lhe perguntou: 'Se eu fosse Deus e lhe pudesse dar o que você quisesse, o que me pediria?' O homem se manteve imóvel por um instante, depois ergueu a cabeça e respondeu: 'Queria que me desse o dia de amanhã. "
As perplexidades do presente e as incertezas do futuro levam multidões angustiadas a repetir as palavras do soldado da Quinta Companhia de Fuzileiros: "Dá-nos o amanhã."
Quanto tempo resta ainda ao homem sobre a face da Terra?
Esta obsessão por descerrar a cortina, propicia condições favoráveis para o reflorescimento de antigas e discutíveis práticas de adivinhação e o ressurgimento de formas questionáveis de messianismo profético.
Em uma Enciclopédia da Adivinhação, publicada na França, estão alistadas em ordem alfabética, nada menos que 230 diferentes maneiras de ler o futuro, desde a adivinhação pela direção do vento (Anemoscopia), até o augúrio pelo mergulho de uma ave marítima (Aitomancia), passando pela predição do futuro através do estudo de uma mancha de tinta (Tintomancia) e a adivinhação pela forma das sombras (Ciomancia).

A Astrologia

Mas a prática mais popular no campo da adivinhação é hoje, sem dúvida, a astrologia.
A astrologia nasceu com os caldeus que, das torres de seus santuários, registravam num mapa o movimento dos planetas. Naqueles idos, os horóscopos (cartas que mostram as posições dos planetas no momento em que uma pessoa nasce) eram feitos apenas para o rei, e usados somente nas predições de altos assuntos de Estado.
Da Mesopotâmia, passou à Grécia e se popularizou. Estendeu-se depois pelo mundo inteiro, conquistando o império romano. Combatida vigorosamente pela igreja cristã nos primeiros séculos, a astrologia desapareceu quase completamente.
Floresceu mais tarde, no século XII, com o advento dos filósofos árabes, e alcançou o seu apogeu nos dias da Renascença, quando conquistou a simpatia dos príncipes e o beneplácito das casas reais.
Mas o seu fenomenal ressurgimento ocorreu realmente no crepúsculo do século passado, quando a Sra. Evangelina Adams, que vivia em Boston, Estado de Massachusetts, nos Estados Unidos, começou a estudar a relação entre o movimento dos astros, o caráter e o destino dos homens.
Guiada pelos astros – explicou a Sra. Adams – mudou-se para Nova Iorque. Hospedando-se na noite de sua chegada (16 de março de 1899), no Hotel Windsor, advertiu o proprietário, Sr. Warren F. Leland, que em virtude de uma terrível conjunção de astros, algo terrível ocorreria naquela noite. Com efeito, por coincidência, um violento incêndio destruiu o Hotel Windsor, perecendo no sinistro a filha do proprietário e alguns outros membros da família.
O Sr. Leland comunicou a um grupo de jornalistas a advertência dada pela Sra. Adams e sua fama se espalhou como rastilho de pólvora. Aproveitando a onda favorável, montou um consultório numa sala nobre situada sobre o Carnegie Hall, e teve entre seus clientes personagens célebres como o rei Eduardo VII, da Inglaterra, o cantor Enrico Caruso, e a conhecida atriz Mary Pickford. Como a astrologia era proibida no Estado de Nova Iorque, Evangelina Adams teve complicações com a justiça, sendo acusada de práticas não sancionadas pela lei. O magistrado que a julgou, entretanto, impressionado com algumas de suas informações, declarou que a Sra. Adams havia dado à astrologia um status científico, e, por isso mesmo, não devia ser proibida de exercê-la.
Em 1930, exatamente dois anos antes de sua morte, a Sra. Adams iniciou um programa radiofônico que alcançou resultados surpreendentes. Nos três primeiros meses, 150 mil pessoas lhe solicitaram horóscopos, e pouco depois recebia uma média de 4 mil cartas por dia. Como resultado da ação de diversas sociedades científicas, o programa foi suspenso. A semente, entretanto estava lançada.
Hoje estima-se que mais de 20 milhões de pessoas nos Estados Unidos orientam a vida em harmonia com os astros. Não incluímos neste número os milhões adicionais de simpatizantes que consultam diariamente os horóscopos, ou compram artigos decorados com os signos do Zodíaco. Esta atividade se tornou tão lucrativa, que dela vivem aproximadamente 10 mil astrólogos em regime de dedicação exclusiva e outros 175.000 que lhe consagram uma boa porcentagem do seu tempo.
Nos Estados Unidos, 1.200 dos 1.700 jornais diários incluem em suas páginas colunas sobre astrologia sob a responsabilidade de nomes famosos, como Jeanne Dixon e Carroll Righter.
De acordo com o Sunday Times, dois terços da população adulta da Inglaterra consultam regularmente os horóscopos e, deles, um quinto os aceitam com religiosa seriedade.
Um levantamento realizado na Alemanha Ocidental revelou que dez por cento da população se deixa influenciar pela adivinhação, não havendo nisso diferença entre doutos e indoutos.
Na França, uma próspera agência emite horóscopos personalizados por um computador. Uma organização concorrente opera um serviço similar, durante as 24 horas do dia, em quatro idiomas diferentes.
O número de astrólogos no Brasil é desconhecido. Sabemos, entretanto, ser grande a legião dos seus adeptos.
Os grandes jornais do país, mesmo os mais austeros, publicam regularmente boletins astrológicos, motivados pelo desejo de multiplicar suas tiragens.
É o anseio por conhecer o amanhã que motiva o aumento constante de uma clientela crédula, disposta a sustentar o próspero negócio dos mercadores de horóscopos.

Profetas do Novo Apocalipse

"A terceira guerra mundial começaria no dia 15 de junho de 1985. Em menos de 24 horas as bombas nucleares em poder das superpotências matariam 750 mil pessoas e feririam outras 350 milhões", anunciaram cientistas norte-americanos e europeus em um estudo apresentado na Academia de Ciências de Estocolmo, Suécia.
Esta previsão foi anunciada pela emissora O Vaticano, no dia 9 de agosto de 1982. Os cientistas que elaboraram o estudo declararam que "entre 7% e 20% dos sobreviventes morreriam poucas semanas depois e o câncer seria funesto para 80% da população atingida pelos efeitos radioativos".
O estudo em referência conclui apresentando uma antevisão do apocalipse: "Somente os roedores, especialmente os ratos, seriam capazes de resistir. Multiplicar-se-iam aceleradamente e dominariam o mundo, que se converteria em um árido deserto."
A "profecia" das cientistas não se cumpriu. Mas a ameaça de um cogumelo nuclear destruindo o sistema ecológico, que garante a vida neste planeta, continua atormentando o mundo
Uma confrontação nuclear entre as superpotências transformaria a Terra em uma paisagem desolada. Os edifícios, as fábricas, as cidades, seriam reduzidos a ruínas. A vida estaria extinta. Uma luz crepuscular constante, sem dia nem noite, cobriria o planeta, com temperaturas médias de 55 graus centígrados, seguidas por períodos de escuridão total e gelo.

Este seria o cenário final projetado por um computador.
Considerando este sombrio panorama, o cientista M. Albrecht empregou a seguinte metáfora:
"Estamos todos a bordo de um trem que desce em alta velocidade por um trilho, no qual estão algumas chaves desconhecidos, que nos levarão a destinos que não sabemos. Não há um só cientista na cabine da máquina, e é bem possível que os guarda-chaves sejam demônios. A maior parte da sociedade encontra-se no último vagão – olhando para trás."6
Sentindo-se a um passo da extinção, muitos em angústia repetem o pedido do fuzileiro no conflito coreano: "Dá-nos o amanhã. "

Nas Mãos de Deus

Os que estudam as profecias bíblicas rejeitam a pregação pessimista dos "arautos do caos", pois sabem que o homem jamais poderá frustrar o propósito de Deus, que criou a Terra "para que fosse habitada" (Isaías 45:18). Eles sabem que o Deus que criou o mundo intervirá finalmente para salvá-lo.

Certa vez, Frederico o Grande visitou em Brandeburgo uma escola pública. Era o momento da aula de geografia, e o imperador perguntou a um menino:
– Onde está situada Brandeburgo?
– Na Prússia - respondeu o aluno.
– E onde está a Prússia? - interrogou novamente o imperador.
– Na Alemanha - replicou o menino sem vacilações.
– E a Alemanha?
– Na Europa.
– E a Europa?
– No mundo.
– E o mundo? – foi a última pergunta do imperador.
Depois de um momento de reflexão, o jovem aluno respondeu:
– O mundo, majestade, está nas mãos de Deus.
A presença de Deus na História confirma o acerto dessa afirmação infantil. Com vozes claras e inconfundíveis, os profetas bíblicos, iluminados pela inspiração divina, anteciparam quando estavam em seu esplendor, o desaparecimento de Nínive (Sofonias 2:13-15), de Tiro (Ezequiel 26:3-5), e de Babilônia (Isaías 13:19.22). Suas ruínas são hoje um testemunho eloqüente de que a mão de Deus dirige o timão da História.
Esses profetas anunciaram também, com séculos de antecipação, o papel histórico de nações como Babilônia, Medo-Pérsia, a Grécia de Alexandre o Grande, e seus sucessores, o férreo Império Romano e as nações que se levantariam de seus escombros.(Dan.2)
Para os agnósticos a História não tem finalidade ou sentido. Mas para a alma crente, sobre a Terra ameaçada pelos fantasmas apocalípticos, brilha fulgurante a certeza de que Deus intervirá nos destinos do mundo (João 14:1-3). O Criador não permitirá que a espécie humana sucumba em um suicídio coletivo. As Sagradas Escrituras anunciam com meridiana clareza que, quando a insensatez e a demência do homem alcançarem o seu limite extremo, Deus intervirá para consumar Seu eterno propósito.
Esta esperança nos permite afirmar que o amanhã será mais brilhante que as nossas mais radiosas expectativas.



SERMÃO PREPARADO POR: Pr. Elias José da Silva
(Baseado no livro ANO 2000: ANGÚSTIA OU ESPERANÇA?)

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