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quinta-feira, 22 de abril de 2010

Falando sobre a prática do Jejum

Falando sobre a prática do Jejum

Mateus 6.16-17; “Quando vocês jejuarem, não façam uma cara triste como
fazem os hipócritas, pois eles fazem isso para todos saberem que eles estão
jejuando. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eles já receberam a sua
recompensa. Mas você, quando jejuar, lave o rosto e penteie o cabelo.”

Vamos abordar a prática do jejum agora. Vamos à frase de Jesus quando ele começa com a palavra "quando", "quando jejuar". Jesus citou esta palavra duas vezes nesta conversa, então pode ser entendido que Ele deixou bem claro que era algo pra não ser negligenciado e assim nós chegamos a toda essa confusão acerca do jejum. "Quando jejuar". "Quando" é uma palavra de suposição, ou em outras palavras, é
algo “suposto” que você vai fazer. Ele não disse "se você jejuar", mas "quando". Ele tinha certeza que seus seguidores iriam jejuar, assim a conversa inteira tinha tudo a ver com como agir "quando" você está jejuando e não na possibilidade improvável que você acordaria uma manhã com alguma idéia esquisita de não comer por alguns dias. Mais uma vez, "quando" é uma palavra de suposição, é algo que é entendido que você fará. Quando eu falo para minha filha: "Filha, quando você lavar a louça, use a toalha para secar os pratos e não minha camisa, tá?" meu uso da palavra "quando" é entendido por todos, mesmo que o tempo não é determinado. Isto é muito importante quando consideramos que a maioria trata jejum como um "se" e não um "quando". "Se" o faria opcional, ou uma possibilidade, mas não uma certeza. "Se lavar a louça...”, posso esquecer que seria feito e me planejar pra ter uma morte horrível sufocado embaixo de uma montanha de pratos sujos.

Num outro lugar, algumas pessoas chegaram perto de Jesus e disseram a ele: - “Os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam. Por que é que os discípulos do senhor não jejuam?” E Jesus respondeu, " Vocês acham que os convidados de um casamento jejuam enquanto o noivo está com eles? Enquanto ele está presente, é claro que não jejuam! Mas chegará o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; então sim eles vão jejuar!". O ponto é que Ele ainda estava com eles e que não era o tempo correto, mas pode crer que depois que fosse embora, iriam jejuar. "Mas chegará o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; então sim eles vão jejuar!". Assim como meu pedido para que os pratos sejam lavados, Jesus deixou bem claro "quando" íamos jejuar, e isso já faz um bom tempo, então isso nos traz a nossa primeira razão para jejuar. É realmente um grito, um desejo para o noivo voltar; uma demonstração de nosso descontentamento com as coisas da maneira como estão, e são, e da nossa necessidade Dele.

Lembro-me de um tempo antes de me casar com a Vaninha quando fui colportar por quatro semanas em Santa Catarina, enquanto estudante na faculdade. Eu sempre soube que gostava dela, e na verdade já estava pensando em pedi-la em casamento, mas ainda não tinha a coragem ou não era tempo. Amigo, algo aconteceu dentro de mim durante aquelas quatro semanas que foram além do que palavras podem explicar. Basta dizer que eu não tive nenhum desejo além de vê-la. Não posso falar quantas vezes olhei as cartinhas miniaturas (uma para cada dia. Que trabalhão deve ter sido fazer todas elas. Que amor!) e bilhetinhos que ela escondeu em minha surrada mala no meio das roupas. Ela me deu um papel preto onde, escrito com caneta de cor dourada lia-se as seguintes palavras: “Li, Amar é... ter você ao meu lado todos os dias como meu único amor.” Aí estava a palavra amor [e amar], duas vezes no mesmo bilhete, e isso era o necessário para me manter animado enquanto dormia em porões de igreja e em casas alugadas. Mas esse pedaço de papel com essas palavras não me satisfaria para sempre. Estava doente, doente em amor, e eu necessitava estar com ela; ela era a única cura. Eu nem lembro se comi ou não, provavelmente sim, mas era uma coisa de
pouco importância. Havia algo mais significativo faltando em minha vida, algo que só sua presença satisfaria. Eu não posso dizer se sua experiência era a mesmo como minha durante esse tempo sendo que eu era verdadeiramente o "namorado, aspirante a noivo" que tinha ido, mas sabia que quando retornasse, havia uma menina linda me esperando e querendo casar comigo, talvez. Acho que isso é a maneira mais simples que posso achar para tentar colocar numa experiência real o que nós devemos sentir em conseqüência da ausência da presença de Jesus em nossas vidas e ao fato de que Ele não voltou ainda.

É um pouco estranho o que você vê na igreja hoje em dia. Você raramente vê ou ouve sobre pessoas que sentem a falta de Jesus. Realmente parece que é o contrário hoje, ao menos o contrário do que você esperaria de uma noiva doente de amor. Eu suspeito que há realmente alguns que esperam que Ele demore um pouco mais porque estão curtindo tanto seu tempo aqui. Tipo, "Oh Papai, você não pode esperar mais uma hora? Nós ainda estamos brincando". Hoje o que nós temos são "crentes" que não se importam sobre Ele voltar, ou se vai voltar.

A maioria das reuniões da igreja hoje parece com qualquer coisa menos com pessoas desesperadas pela Sua presença ou retorno. Parece mais como algo que muito facilmente podia ser confundido como uma competição pra ver quem pode comer mais. Todo mundo competindo e se vangloriando por ter comido mais que o "irmão" ao lado dele. Realmente qual é o nosso problema? Compreendo que a igreja primitiva reuniu-se para partir o pão, e isso é onde a ideia comunhão começou, mas ainda naquela época, Paulo abordou alguns deles por causa de sua conduta na mesa. Imagine o pastor abordando alguém que está na fila pela terceira vez. "Cuidado aí Irmão Barrigudo, você está à beira de pecar". Em vez disso nós saímos comentando em como a comida era boa e como comemos demais. Será que precisamos comentar o óbvio? É uma coisa boa que Paulo morreu um tempo atrás e não estará na sua próxima reunião de igreja. Ele talvez ficaria abismado e sairia chutando as mesas, imitando Jesus no templo. Eu só espero que ele não chute a mesa com as Sobremesas. Pode ser a minha, ou a sua, preferida.
A razão principal de jejuar é que nós sentimos falta Dele. Nós queremos que Ele volte.

"Deus, preciso de Ti. Sinto Sua falta”.

Jejum realmente é nada mais do que um grito de desespero tentando achar
algo que você perdeu um tempo atrás: intimidade com Ele. A falta de jejum mostra uma certa satisfação com as coisas na maneira que elas estão. Ninguém jejua como uma demonstração de satisfação. Eles jejuam porque eles não estão contentes com as coisas da maneira em que estão. A ausência de jejum é uma reflexão de nosso contentamento com a ausência de Cristo.

Você sente falta Dele?

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